Dona Vanda não queria mais se enfeitar. Deixou de lado seus apetrechos, e ensacou as roupas com cores alegres que gostava de usar.- Você não tem mais idade pra isso! – disse a prima na ultima vez que se viram.
Aquelas palavras foram como flechas que atravessaram o coração fazendo o doer.
Todos na vila notaram a tristeza de Dona Vanda.
Até seu amigo quitandeiro insistia em averiguar sem êxito o porque de seu semblante entristecido. -Porque esta tão amuada dona Vanda. Onde esta aquele sorriso radiante que costumava contagiar?
Reflexos da idade - disse dona Vanda tomando as sacolas com verduras nas mãos. Com o tempo dona Vanda foi esmorecendo, perdeu a vontade de regar as flores, de afanar o gato, e de cantar canções.
Dona Vanda não teve coragem de se desfazer das roupas, mas chorava ao se lembrar das palavras que a prima disse.- Você não é mais uma menininha! Podia até sentir o peso da idade refletido nas costas, algo que até então não sentia. O quitandeiro insistente, continuava a questiona-la: -Como poderia ter mudado tanto de uma hora pra outra?
Até que um dia dona Vanda reencontra a prima, que se alegrou ao vela naquela condição.
Agora sim você esta bem! – Disse a prima com tom sarcastico.
Mas como posso estar bem, se me sinto tão triste? – Dona Vanda se questionou, - Acaso o coração alegre não formoseia o rosto?
Inquieta dona Vanda pede a Deus por uma palavra, e ao folhear a bíblia, ela encontra a maior das revelações, 1 Co 13:4.
" O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconveniente, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo suporta"
Feliz e grata com a resposta de Deus, dona Vanda despertou do efeito da seta, correu tomou as sacolas nas mãos e vestiu as roupas que comprazia, fazendo de sua ultima critica a sua próxima superação..
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