segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Aceita pelo Pai

Antes, você não se aceitava.
Queria ser mais alta, mais baixa, engordar, emagrecer, ter os olhos arredondados, mais “puxadinhos”, os dentes mais juntos, cabelos enrolados, lisos, mais cheios, finos.
Ouvir de seu pai que uma mulher negra não tem valor foi marcante.
Antes, você se questionava, o porquê dessa cadeira de rodas, por que nasci sem poder falar, com essa deficiência nos olhos, no rosto, nos pés.
Foi difícil notar a desaprovação nos olhos dos outros.
Antes, você se anulava, não fico bem com isso, aquilo não e pra mim, me deixe aqui sozinha, pois, não sou boa o bastante para andar com vocês.
Você não tem nada pra se orgulhar – foi o que ouviu, como doeu, como se afligiu.
Antes, você se sentia incapaz, não conhecia os talentos que Deus te entregou, comparações e rótulos encravados na alma dizendo que não podia
Mas agora você sabe que é aceita, com seus olhos castanhos, cabelos ralos, espinhas e calos.
Entende que cada um tem sua beleza, e que muitas vezes o interior é muito mais considerável.
Sua deficiência não te faz menor, pelo contrario, cada vez que você luta, e vai em busca de seus ideais, muitos ao teu redor te tomam como exemplo.
Já não se prende as criticas, compreende que cada um tem sua inteligência, talentos, beleza, proposito e profissão.
Sabe que é aceita, que é amada, desenrolando-se dos enganos e mentiras que nos cercam todos os dias.

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