quarta-feira, 23 de abril de 2008

Sem melar a voz

Ele ate percebia que ela era uma mulher incomum, que nao podia tratá-la como outra qualquer,mas insistia em colocá-la na mesma categoria de várias de suas amigas e ex-namoradas. Na verdade, ele tinha medo dela.
Porque sua intensidade era mesmo assustadora.
Magali era engraçada.Não falava muito, mas tinha convicções avançadas para o seu meio.Adorava prestar atenção às reações sutis que as pessoas tinham com os fatos do cotidiano. "É aí que elas mostram o que de verdade são" - dizia.
Lembro, por exemplo, do horror que demonstrava por mulheres que me melavam a voz quando se dirigiam ao namorado em público. Dizia que faziam isso só para marcar presença, mostrar para as outras fêmeas que aquele macho tinha dona.
- Que implicância! Isso é tão comum - eu lhe dizia.
- Mas repara como é ridiculo ver uma menina chegar pro namorado no meio da roda de um bar e falar assim, com aquela voz chorosa, batendo de leve de mão na cadeira do lado "Ah, amor, senta aqui...".Constrange qualquer um. Dou toda a razão quando o cara ignora - ela respondia.

È lógico que Magali gostava de rompantes românticos.Adorava o amor privado, as juras secretas, os jogos de sedução, o cuidado sutil que, defendia, um sempre devis ter com o outro.
Só não gostava das demonstrações públicas exageradas.
- O compromisso tem que ser leve, não pode paralisar nenhum dos dois - pregava, sem vergonha de ser piegas.
Quando estava no meio de um grupo, queria estar solta, misturada à multidão.
Sonhava com um amor aberto e tranquilo.Alguém em quem pudesse confiar, que também confiasse nela e pronto!!!

O que é arte?

Transmitir amor.
Expulsar a dor.
Captar momentos
Sensibilidade para criar.
Olhos para enxergar, beleza onde não ha.
Diferença no comum.
Formas, luz, cores, vida.
É ir além.
Criticar, expor
O seu ponto de vista.