terça-feira, 18 de maio de 2010

Refletindo...

As aparentes espinhas não são as únicas indicadoras do meu próximo ciclo menstrual. Nesse período me sinto mais critica (vejam que perigo) me sinto mais down, mais melancólica.
Dentre os meus pensamentos - injustiças, principalmente contra as mulheres. Qualquer coisa que envolva as dificuldades e injustiças da mulher, ganha um peso maior nesse período, já que me sinto mais sensível ao meu próximo.
Faço uma retrospectiva, me coloco no lugar de cada uma. Penso na possível rejeição e inferioridade de Lia, por não ser tão bela quanto sua irmã Raquel. E como Agar deve ter se sentido um nada, quando Sara pediu que se deitasse com Abraão, para lhe dar um filho, e logo depois ser expulsa.
Nessa maré de reflexões vou das mulheres que eram isoladas pela sociedade antiga por manterem relações sexuais antes do casamento mesmo em caso de violência, até as que eram em publico apedrejada quando pega em adultério, com um adultero que possivelmente era absolvido, detalhe.
Gasto um pouco mais de tempo pensando nas mulheres que se casavam com os homens que seus pais escolhiam. Olho para o barrigudo na esquina, o motorista bigodudo, o careca da loja de sapatos. Urhh!
Dou uma passada pelas aflições das negras na senzala. Naquelas que eram cobiçadas pelos senhores de engenho. Sinto me amargurada. E depois, com lastima, penso naquelas que tiveram seus sonhos abortados. Dançar, trabalhar, estudar, votar, nada disso era honroso para as mulheres do sex XVII.
O passado da minha avó, é bem mais recente, mas ainda sim dificil. Mulher quando traída não questionava. Quando insultada não abria a boca. E na hora da intimidade – sem gemidos, mesmo os de dor – era indecente.
Não sei se você pensa nessas coisas?Talvez isso não passe pela sua cabeça.Também não é minha intenção remoer, mas eu sei que quando a gente reflete nas coisas tristes que marcaram a vida dos outros, passamos a fazer um futuro diferente.
Quebramos paradigmas, re-escrevemos a historia, tentamos isolar o preconceito.
Começamos a brindar a liberdade, sabe? Como é bom poder colocar seus sonhos em pratica. Ser sem constrangimento bailarina, mecanica, jogadora de futebol. Escolher o que fazer com o corpo e colher as conseqüências dessa escolha. Como é bom criar seus filhos sem que haja distinção dos sexos, sem fazer deles sua extensão de achismos. Optar entre querer ou não, com quem e quando casar ...

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