sábado, 30 de agosto de 2008

Olhar desconfiado.

- Mas você ora? - perguntou o irmão como se já soubesse a resposta.
-De repente, até mais que você! – respondi com uma certa audácia.
O mesmo irmão que me questionou, ficou surpreso com minhas crônicas.
-Eu conheci um outro lado da Valéria – disse ele.
Talvez, porque sempre me viu um tanto agitada demais, a ponto de não passar lhe confiança, será? É apenas uma suspeita.
Já uma senhora, minha confidente, imagino eu, que me deve achar muito séria!

Meu rosto fechado acompanha meus recheados lamentos! Mas também não tenho certeza disso!
A desconfiança, (receio de ser enganado) é uma mala difícil de se carregar, principalmente quando há exagero.
Aquela pessoa pode ter se esquecido mesmo do seu aniversário, aquela ligação pode ter sido mesmo um engano, e seus vizinhos podem estar falando de qualquer outro assunto, não necessariamente, você!
Mas o olhar desconfiado esta sempre julgando, imaginando, questionando se estão rindo de você, ou pra você!

Como no dia em que um conhecido veio ao escritório para mostrar sua filha recém-nascida, passando pela minha mesa sem me cumprimentar, indo direto para a sala da minha mãe.
Logo minha companheira questionou:
- Será que ele esta bravo comigo?

Em seguida o conhecido perguntou.
- Cadê sua filha?
- Ue, tá ali
- Nossa, que diferente! Nem reconheci!
Essa desconfiança manipula!, nos faz fantasiar situações, e imaginar situações que nem sempre são reais.

Por traz daquela menina "metida" pode se esconder uma timidez, ou uma insegurança.
Aquele senhor ranzinza, pode estar tentando ocultar uma proteção exagerada, um grito áspero muitas vezes encobri uma carência aguda.
Mas não considero esse olhar desconfiado um vilão!, se eu souber usa-lo, pode me servir de "toque", de aviso mesmo!
Se tudo não partisse de uma ligeira suspeita, como poderíamos ter a certeza de que aquela seta era realmente uma seta, que aquele laço era realmente um "baita" de um laço!!!
Portanto o que eu preciso ter é o tão desejado equilíbrio, pra saber, que nem toda palavra é um ataque, que pessoas legais ainda existem, que nem tudo é o que parece ser, que não somos o centro das atenções, e se formos, saber quem se é em Cristo nos livra de desconfianças pelo menos da nossa parte, que é o que realmente importa.

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